O mercado de juros viveu em fevereiro um ambiente de pressão, tanto por conta de razões locais quanto por conta de fatores externos.
Em termos domésticos, continuam as preocupações com a situação fiscal do país e o avanço no número de casos provocados pela pandemia.
No mercado externo, a então iminente aprovação de aumento dos estímulos nos EUA fez subir a curva dos títulos de longo prazo do tesouro norte-americano em função da elevação nas estimativas de inflação.
Estes dois pontos combinados resultaram em aumento da curva de juros doméstica. Como boa parte dos recursos do Nucleos aplicados em renda fixa está alocada em NTN-B, a elevação da taxa de juros provocou a redução do preço destes ativos, prejudicando a rentabilidade final. Some-se a isso a inflação elevada do mês de fevereiro refletindo a alta das commodities e dos combustíveis, que impactou na meta atuarial que corrige o passivo do Nucleos.
No segmento de renda variável, apesar de fatores externos como ampla liquidez — crescimento da economia da China e avanço nos programas de imunização nos países desenvolvidos — serem pontos favoráveis para os ativos domésticos, particularidades internas continuaram prevalecendo no comportamento do mercado. A mudança na administração da Petrobras e os riscos fiscais, conjugados com aumento de juros internacionais — fato que cria aversão ao risco —, resultaram em saída de capital estrangeiro da bolsa, impactando negativamente no Ibovespa, que fechou o mês com desempenho negativo de 4,37%.
Os fatos mencionados acima explicam em boa parte o desempenho dos investimentos no mês, que apresentaram rentabilidade negativa de 1,25%. Com isso, o Plano Básico de Benefícios – PBB apresentou déficit no mês de fevereiro de R$ 91,14 milhões, fazendo com que o déficit acumulado chegasse a R$ 231,6 milhões, equivalente a 5,44% das provisões matemáticas. O quadro a seguir apresenta a situação atuarial e financeira do plano:
O momento pelo qual o mundo está passando é de extrema incerteza e as preocupações com o futuro têm estreita relação com o ambiente de pandemia que estamos vivendo. As autoridades ao redor do mundo estão agindo de forma a mitigar os impactos econômicos, socorrendo as nações com injeção de elevado volume de recursos. Acreditamos que a normalidade está se aproximando e reforçamos a confiança de que os investimentos irão se recuperar brevemente, devendo reverter o resultado atual e levando o Nucleos novamente para uma situação de equilíbrio.
O Nucleos, através de sua Diretoria Executiva, reitera o compromisso de plena transparência com todos os participantes, assistidos e as patrocinadoras, reflexo do princípio de uma gestão técnica, sempre voltada para a adoção das melhores práticas de governança corporativa, corroborada pelo Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos obtido pelo Instituto.