A inflação voltou a ser o principal vetor para o comportamento dos mercados no mês de abril. A continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e a possibilidade de maiores restrições ao trânsito das pessoas na China, por conta do combate severo ao vírus da Covid-19 naquele país, foram determinantes para soar ainda mais alto a sirene do alerta inflacionário, haja vista que os fatores acima restringem a cadeia produtiva e impactam os preços nas economias ao redor do globo.
Adicionalmente, nos EUA, a autoridade monetária se equilibra entre o controle da inflação e o risco de recessão, dado que determinados indicadores da economia, já há algum tempo, estão arrefecendo, muito por conta da alta nas taxas de juros.
Em termos domésticos, a inflação continua em patamar bastante elevado, apesar da expectativa de redução dos índices nos próximos meses. Com isso, o mercado ainda projeta alta para taxa Selic, devendo alcançar o topo de 13,25%.
Esta comunhão de fatores contribuiu para saída de investidores estrangeiros da Bolsa brasileira e elevação da curva de juros, devido à alta da inflação, impactando negativamente os principais ativos de renda fixa em abril. Com isso, a carteira de investimento consolidada do Nucleos fechou o mês com desempenho negativo de 2,31% e positivo no acumulado do ano, de 3,01%. O segmento de Renda Variável, com rentabilidade de -8,64%, foi o único que apresentou desempenho negativo no mês. No acumulado do ano, todos os segmentos apresentam desempenho positivo, sendo 10,74% no Estruturado, 0,35% em Imóveis, 6,81% em Empréstimos, 1,59% em Renda Variável e 1,80% em Renda Fixa.
O Plano Básico de Benefícios – PBB fechou o mês com desempenho negativo de 2,33%. Por consequência, o déficit acumulado ficou em 1.022,3 milhões, equivalente a 20,64% das provisões matemáticas.
O quadro a seguir apresenta a situação atuarial e financeira do PBB:
Os planos de contribuição definida apresentaram os seguintes desempenhos, já descontado todo o custeio administrativo:
Devido à relevância do assunto, decidimos encerrar esse informativo tratando um pouco mais de um problema que está sendo vivenciado nos quatro cantos do mundo, que é a inflação.
Sabemos bem que, além de ocasionar a elevação dos preços de bens e serviços, ela representa o aumento do custo e vida e a consequente redução no poder de compra da moeda.
Mas não para por aí: a aceleração da inflação traz dois outros efeitos negativos que afetam as entidades de previdência complementar. O primeiro é o aumento das provisões matemáticas, que representam os recursos necessários para a entidade fazer frente aos compromissos com os seus assistidos e participantes, dado que são corrigidos pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor); e o segundo é que dificulta o cumprimento da meta atuarial, que é formada pelo índice de inflação adotado pelo plano, no caso do Nucleos, o INPC, mais os juros atuariais.
Como conclusão, fica a expectativa de que a inflação possa recuar gradualmente para a meta nos próximos anos.