Os brasileiros estão vivendo mais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida cresceu mais de três anos desde 2003. Mesmo diante desses números, a aposentadoria não costuma entrar no planejamento financeiro da maioria da população. Segundo levantamento da seguradora Aegon, 47% dos entrevistados afirmam se preparar para essa fase da vida, sendo que apenas 22% têm um plano efetivo. A preocupação com o futuro financeiro e psicológico é muito importante para conseguir passar pela transição da aposentadoria com tranquilidade.
Na grande maioria das vezes, a pessoa não está preparada para esse momento por se sentir parte da organização. A empresa onde atua por anos é um tipo de \’clube\’ para ela, onde encontra os amigos, almoçam e lancham juntos, trocam confidências, brigam e se divertem, e não veem a hora de chegar a sexta-feira para o fim de semana com a família e de chegar a segunda-feira para contar como foi o final de semana. No entanto, se for feito um bom trabalho de planejamento para a aposentadoria, os traumas serão amenizados ou evitados. A aposentadoria é dividida em partes. Num primeiro momento, que dura aproximadamente 24 meses após a saída da empresa, os aposentados não desejam nada mais do que curtir a vida verdadeiramente – viagens, dança, restaurantes, netos etc. Depois desse prazo de gozo de férias alongadas, começa o período de angústia, de uma necessidade de se sentir útil novamente, e aí ele inicia o processo de reingresso no mercado de trabalho ou começa um empreendimento qualquer. Com a expectativa de vida elevada, uma pessoa que hoje tem 60 anos está plenamente ativa para voltar, ou não querer parar. Por esses motivos, é necessário se planejar, estar preparado financeiramente e saber quais serão os próximos passos pode evitar problemas futuros. Médias e grandes empresas já disponibilizam programas específicos para as pessoas que irão se aposentar e uma série de informações úteis para essa nova fase de suas vidas, como palestras sobre finanças pessoais, resiliência, INSS, alimentação saudável, sexologia etc. Os diretores das empresas são fortes aliados nesse momento. Além de aplicar os programas de preparação, eles precisam reconhecer o funcionário como uma importante peça do tabuleiro, que deu o melhor de si para o crescimento da organização e deve ser tratado com o devido respeito no final da sua carreira.
Para aqueles que desejam voltar para o mercado de trabalho, uma ótima opção é o Consenior, um banco de talentos gratuito para aposentados que têm o interesse de continuar ofertando seus serviços e conhecimentos, seja de forma efetiva, ou por trabalhos pontuais. Muitas empresas buscam esses colaboradores e têm dificuldade para encontrà-los. O objetivo do programa é facilitar e intermediar esses contatos e contratações.
De toda forma, antes de tudo, o colaborador tem que se conscientizar de que essa é a ordem natural da jornada profissional. Enquanto a fase de empregado está chegando ao fim, inúmeros outros ciclos estão se iniciando, com novos começos, meios e fins. Planejar por onde quer iniciar é um ótimo começo. E só faça o que realmente gosta, porque nessa fase da vida, o importante é fazer o que realmente o deixa feliz.
Fonte: Roberto Rosenbaum – Estado de Minas